Muralhas da China
Lúcia Barros
Sou
encantada pelas Muralhas da China!
São fotos
maravilhosas de muitos ângulos e de vários trechos da longa e magnífica obra!
Obra humana!
Única
construção que pode ser avistada do espaço.
Um
monumento! Que foi declarado Monumento da Humanidade pela UNESCO em 08 de
dezembro de 1987.
A beleza que me encanta, e encanta a tantas outras pessoas, esconde
o seu lado obscuro. Afinal, em torno de UM MILHÃO de pessoas morreram em tão
portentoso e megalomaníaco feito. Entretanto, o triste fato não tira a beleza e
magnitude de tão grandiosa obra.
Começou a ser construída em 221 a.C. quando a China não era
unificada, e parou definitivamente no século XVII, na dinastia Ming. Foram 4 dinastias
e muitas etapas, com diferentes técnicas e materiais e uns dois milhões de
trabalhadores sob péssimas e opressivas condições. Uma pesquisa arqueológica
descobriu que toda a muralha, com todos os seus ramos, mede 21.196 km. A
proteção de vidas e território, além da rapidez na locomoção foram os
principais objetivos para a construção. Também o controle comercial e de imigração
e emigração. A China era uma só! Grandes líderes buscando grandes feitos para
honrar suas memórias.
Gosto de pensar na capacidade humana de construir, de
superar, de criar. Claro que seria muito melhor tudo isso, e muito mais, com o respeito
à dignidade humana, a alteridade.
Um milhão de mortes em 20 séculos. São 2.000 anos. Um número
expressivo, que causa indignação, e que diluído ao longo do tempo, significa 50
pessoas por ano, 5 por mês. Hoje, no Brasil, morre um número também expressivo
de pessoas no trânsito. É um paralelo com os dolorosos números atuais. Morre
mais pessoas no trânsito na atualidade, do que na construção das Muralhas. No
Brasil, foram 47.000 pessoas que perderam suas vidas, de acordo com as estatísticas.
É o 5º país no mundo em mortes com acidentes de trânsito. Em Belo Horizonte, no
ano de 2017, foram mais de 130 vítimas fatais.
Não estou sob hipótese alguma desvalorizando a vida humana, justificando
mortes. Não é meu intuito. Não há insensibilidade da minha parte. Não penso que
grandes empreendimentos justifiquem o sacrifício humano em nenhuma época. De
forma alguma!
Mas, não existe a possibilidade de não morrer enquanto se faz/constrói
algo, enquanto se vive! Claro, fome e frio não deveriam nunca ser causa de
morte de ninguém! Em tempo algum! Mas, infelizmente, não só o foi, por 20
séculos durante a construção das Muralhas, como o é hoje, no século 21.
Temos algumas doenças ditas erradicadas em alguns lugares, (será?),
tecnologias avançadíssimas que ajudam a manter e salvar vidas, desenvolvimento
humano e conhecimento em todas as áreas muito superior aos dos séculos de
construção. Entretanto, lamentavelmente, continuamos a encontrar de tudo no
lindo planeta Terra.
Escravidão? Presente. Em alguns casos de forma ainda mais aviltante
por se camuflar em trabalho digno e
dignificante. Por enganar.
Fome? Frio? Injustiça? Está aí! E só olhar.
Ganância? Sim, presente! Grande geradora de inúmeras mazelas/dores/injustiças
humanas. Hoje? Não. Sempre!
As questões são as mesmas ao longo da História, embora a
estética, a forma, a nomenclatura, possa mudar. Eufemismo, demagogia, evolução,
dinamismo. Um pouco de cada talvez.
Em qualquer cultura, século, área de conhecimento, lugar,
circunstância, a grande questão da humanidade continua a mesma:
O coração humano.
Este precisa ser mudado, transformado!
Não esteticamente. Na essência! No desejo de ser, e não apenas
saber, transformado cada dia para melhor! Iluminar! Gerar luz! Perfumar a
podridão dos nefastos defeitos humanos que transbordam ao longo da História.
Fazer a História com menos dor e lágrimas.
A total ausência delas não é possível, afinal, este é um
mundo caído. A humanidade traz em si a limitação, a imperfeição. A
incompletude.
Um monumento admirável!!
Com tudo que está explícito e implícito em sua bela,
magnífica e longeva construção.
Fotos retiradas da internet.
Consultas sites da internet:
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